Nota Editorial
Este blog não se apresenta ligado a qualquer organização ou instituição relacionada, directa ou indirectamente, com a Protecção Civil e ao socorro. Não existe aqui qualquer intenção ou presunção de substituir os espaços oficiais das organizações que tutelam esta área ou de outras que com ela estejam relacionadas ou ligadas, quer do ponto de vista informativo, quer do ponto de vista técnico.
É um blog criado por um cidadão com interesse na área da Protecção Civil e que pretende, com o que neste espaço é publicado, dar a conhecer e, se possível, envolver outros cidadãos nas questões ligadas com as matérias da prevenção, mitigação, resposta e recuperação dos diversos tipos de emergências ou catástrofes.
Comunicar possíveis riscos e acções de resiliência é o principal objectivo deste espaço, sempre do ponto de vista de uma cidadania que se quer atenta e participativa.
A frase "todos somos Protecção Civil" é o lema deste espaço.
quarta-feira, 23 de setembro de 2015
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
Chile: investimentos que compensam
O Chile foi sacudido por um poderoso terramoto com a magnitude de 8,3. O sismo ocorreu junto à costa, a uma profundidade de 25km, entre as cidades de Valparaíso e Coquimbo. Cerca de 42 mil pessoas estiveram sujeitas a uma exposição considerada "Severa" e mais de 800 mil a uma exposição considerada "Muito Forte". O terramoto provocou também um tsunami em que a onda com maior altura atingiu os 4,8 metros junto à costa de Coquimbo. Toda a costa chilena foi colocada em Alerta Vermelho pelas autoridades chilenas e 1 milhão de pessoas foram evacuadas. Até à data em que este texto é escrito, estão contabilizados 13 mortos.
Para um sismo desta magnitude e apesar do lamento que todas as mortes provocam, não deixa de ser uma boa notícia o facto de só 13 pessoas terem padecido em consequência deste sismo. Apesar de não ter tido a magnitude do sismo de 2010 (8,8) e só ter libertado um terço da energia deste, o terramoto desta semana foi o maior sismo registado em todo o mundo desde 2012.
Apesar do epicentro deste sismo ter tido lugar numa área menos povoada relativamente ao sismo de 2010 (este sismo provocou 525 mortes), há que realçar os enormes progressos que as autoridades do Chile fizeram ao nível da Prevenção/Mitigação (sendo que esta fase teve, certamente, início logo na fase da Recuperação/Reabilitação do sismo de 2010), Preparação e Resposta a este tipo de eventos. Começando pelas estruturas dos edifícios, estas tiveram grandes progressos nos últimos tempos. Os novos edifícios foram construídos segundo padrões anti-sísmicos e os mais antigos têm sido melhorados e renovados. Este é sem dúvida um dos principais motivos para o número de mortos ter sido bastante reduzido em relação a 2010. Outros dos factores que também contribuíram para o diminuto número de mortos, foram os sistemas de monitorização do nível médio das águas do mar e de alerta de tsunami criados ao longo da costa chilena e que permitiram uma rápida e eficiente evacuação de uma quantidade significativa de pessoas. Deste facto, não podemos também dissociar a criação de rotas de evacuação e a forma como a população foi educada a utilizar as mesmas. Já na fase da resposta, é de referir os progressos efectuados na coordenação das equipas de socorro quer ao nível nacional, quer regional.
No fundo, o que este sismo veio provar, nomeadamente o reduzido número de mortes, é que o investimento por parte das autoridades chilenas em todas as fases do Ciclo da Catástrofe, acabou por ter resultados a curto/médio prazo e os resultados a longo prazo poderão ser ainda melhores. Outra conclusão que podemos retirar, se compararmos este sismo com aquele que ocorreu no Nepal em Abril (e que teve uma magnitude menor), é que os países mais pobres e com infraestruturas mais debilitadas, são muito mais vulneráveis que os países mais desenvolvidos a este tipo de catástrofes naturais. O Chile, apesar de inserido numa área do globo com problemas graves, é hoje um país mais próspero, com uma qualidade de vida já aceitável e com mais e melhores meios para resistir e responder a catástrofes desta dimensão.
Todas estas conclusões (que não são novas) devem ser seguidas e postas em prática noutros países sujeitos ao perigo de sismos (tal como Portugal). O que o Chile demonstrou nos últimos anos foi uma enorme capacidade de resiliência, aprendendo com os erros e vulnerabilidades do passado, tornando a sua população e as suas infraestruturas mais bem preparadas e resistentes aos efeitos dos violentos sismos aos quais está sujeito com regularidade. Um exemplo a seguir por outros.
Fontes:
http://www.redhum.org/documento_detail/onemi-reporte-no9-monitoreo-sismo-de-mayor-intesidad-y-alerta-de-tsunami
http://portal.gdacs.org/GDACSDocuments/JRC_Report_20150917%20Chile%20Earthquake%20Tsunami.pdf
http://www.unisdr.org/archive/45810
http://mobile.nytimes.com/2015/09/18/world/americas/chile-earthquake-tsunami-impact.html?smid=tw-nytimesworld&smtyp=cur&_r=5&referrer=
http://www.elnuevoherald.com/noticias/mundo/america-latina/article35761788.html
Para um sismo desta magnitude e apesar do lamento que todas as mortes provocam, não deixa de ser uma boa notícia o facto de só 13 pessoas terem padecido em consequência deste sismo. Apesar de não ter tido a magnitude do sismo de 2010 (8,8) e só ter libertado um terço da energia deste, o terramoto desta semana foi o maior sismo registado em todo o mundo desde 2012.
Apesar do epicentro deste sismo ter tido lugar numa área menos povoada relativamente ao sismo de 2010 (este sismo provocou 525 mortes), há que realçar os enormes progressos que as autoridades do Chile fizeram ao nível da Prevenção/Mitigação (sendo que esta fase teve, certamente, início logo na fase da Recuperação/Reabilitação do sismo de 2010), Preparação e Resposta a este tipo de eventos. Começando pelas estruturas dos edifícios, estas tiveram grandes progressos nos últimos tempos. Os novos edifícios foram construídos segundo padrões anti-sísmicos e os mais antigos têm sido melhorados e renovados. Este é sem dúvida um dos principais motivos para o número de mortos ter sido bastante reduzido em relação a 2010. Outros dos factores que também contribuíram para o diminuto número de mortos, foram os sistemas de monitorização do nível médio das águas do mar e de alerta de tsunami criados ao longo da costa chilena e que permitiram uma rápida e eficiente evacuação de uma quantidade significativa de pessoas. Deste facto, não podemos também dissociar a criação de rotas de evacuação e a forma como a população foi educada a utilizar as mesmas. Já na fase da resposta, é de referir os progressos efectuados na coordenação das equipas de socorro quer ao nível nacional, quer regional.
No fundo, o que este sismo veio provar, nomeadamente o reduzido número de mortes, é que o investimento por parte das autoridades chilenas em todas as fases do Ciclo da Catástrofe, acabou por ter resultados a curto/médio prazo e os resultados a longo prazo poderão ser ainda melhores. Outra conclusão que podemos retirar, se compararmos este sismo com aquele que ocorreu no Nepal em Abril (e que teve uma magnitude menor), é que os países mais pobres e com infraestruturas mais debilitadas, são muito mais vulneráveis que os países mais desenvolvidos a este tipo de catástrofes naturais. O Chile, apesar de inserido numa área do globo com problemas graves, é hoje um país mais próspero, com uma qualidade de vida já aceitável e com mais e melhores meios para resistir e responder a catástrofes desta dimensão.
Todas estas conclusões (que não são novas) devem ser seguidas e postas em prática noutros países sujeitos ao perigo de sismos (tal como Portugal). O que o Chile demonstrou nos últimos anos foi uma enorme capacidade de resiliência, aprendendo com os erros e vulnerabilidades do passado, tornando a sua população e as suas infraestruturas mais bem preparadas e resistentes aos efeitos dos violentos sismos aos quais está sujeito com regularidade. Um exemplo a seguir por outros.
Fontes:
http://www.redhum.org/documento_detail/onemi-reporte-no9-monitoreo-sismo-de-mayor-intesidad-y-alerta-de-tsunami
http://portal.gdacs.org/GDACSDocuments/JRC_Report_20150917%20Chile%20Earthquake%20Tsunami.pdf
http://www.unisdr.org/archive/45810
http://mobile.nytimes.com/2015/09/18/world/americas/chile-earthquake-tsunami-impact.html?smid=tw-nytimesworld&smtyp=cur&_r=5&referrer=
http://www.elnuevoherald.com/noticias/mundo/america-latina/article35761788.html
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