Nota Editorial

Este blog não se apresenta ligado a qualquer organização ou instituição relacionada, directa ou indirectamente, com a Protecção Civil e ao socorro. Não existe aqui qualquer intenção ou presunção de substituir os espaços oficiais das organizações que tutelam esta área ou de outras que com ela estejam relacionadas ou ligadas, quer do ponto de vista informativo, quer do ponto de vista técnico.
É um blog criado por um cidadão com interesse na área da Protecção Civil e que pretende, com o que neste espaço é publicado, dar a conhecer e, se possível, envolver outros cidadãos nas questões ligadas com as matérias da prevenção, mitigação, resposta e recuperação dos diversos tipos de emergências ou catástrofes.
Comunicar possíveis riscos e acções de resiliência é o principal objectivo deste espaço, sempre do ponto de vista de uma cidadania que se quer atenta e participativa.
A frase "todos somos Protecção Civil" é o lema deste espaço.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Agravamento do estado do tempo

Em sequência dos avisos de mau tempo emitidos pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) emitiu o estado de Alerta Amarelo para as organizações integrantes do Sistema Integrado de Operações de Socorro (SIOPS), além do já habitual Aviso à População que é, normalmente, emitido em situações de mau tempo com recomendações e medidas preventivas.

Em baixo poderão ser consultados os links para a previsão do IPMA, tal como o Aviso à População e o alerta emitido para as organizações que constituem o SIOPS por parte da ANPC.

Previsão IPMA

Aviso à População - ANPC

Alerta Amarelo SIOPS


terça-feira, 18 de novembro de 2014

Não há fogo, não há circo


Foi ontem que decorreu o balanço do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) referente a 2014. Estiveram na sessão membros do Governo, da Liga dos Bombeiros Portugueses e dos três pilares que constituem este dispositivo: o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Guarda Nacional Republicana (GNR) e Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

Curiosamente ou não, durante todo o dia de ontem e durante o dia de hoje, tentei encontrar notícias sobre este balanço e pouco encontrei. Existe uma breve referência colocada hoje no site da ANPC e encontrei algumas notícias em que surge o presidente da ANPC, Major Francisco Grave Pereira, a comentar a saída de Miguel Macedo do Ministério da Administração Interna, dizendo que a saída deste em nada influenciaria a continuidade do plano traçado no que ao combate a incêndios florestais diz respeito. Mais do que isto, não encontrei. Admito, no entanto, que existam mais notícias sobre o evento.

É curioso como as coisas mudam de um ano para o outro. O ano passado, com mais fogos e mortes, não se falava de outra coisa e até as fragilidades do SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal) serviram para grandes reportagens. O relatório que procurava dar alguma luz sobre os acidentes fatais que ocorreram o ano passado, também gerou polémica e acusações de uns e de outros. Só a primeira parte do mesmo foi revelada. A parte que analisa mais concretamente os acidentes em questão e a responsabilidade de cada um dos intervenientes continua a não ser divulgado. Mesmo assim, a revelação da primeira parte foi o suficiente para criar barulho, com cada um a empurrar as culpas para o outro lado, como se dentro das organizações que representam, todos fossem perfeitos e intocáveis. Eu que li a primeira parte do documento com distanciamento, não vi ali nada que pusesse em causa a dignidade ou o trabalho dos intervenientes. Simplesmente, foram mencionados possíveis comportamentos e procedimentos que podem ser melhorados, sempre do ponto de vista da segurança de quem está na frente de fogo e da melhoria da eficácia no combate ao mesmo. Ao que parece, há quem tenha tido uma leitura diferente...

Este ano houve menos incêndios (o número mais baixo dos últimos 25 anos) e menos área ardida (o segundo valor mais baixo dos últimos 35 anos). Portanto e ao que parece, voltou tudo a estar bem. O SIRESP deve funcionar maravilhosamente e os erros que se cometeram no passado, não passam disso mesmo, coisas do passado. A comunicação social, por outro lado, sem mortes, sem gritos e acusações deste e daquele, deixou de ter assunto. É fantástico o combate aos incêndios florestais em Portugal!

Para o ano, se as temperaturas forem altas, se existir um Verão a sério, se existirem ondas de calor prolongadas e os níveis de humidade da vegetação forem baixos, talvez voltemos ao circo do costume. Até lá, elogiemos o DECIF ou, simplesmente, ignoremos o mesmo. O ano passado parece que era horrível. Este ano foi maravilhoso.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Surto de legionella: o que preocupa e o que tranquiliza


Agora que o número de infectados pelo surto de legionella na região de Vila Franca de Xira começa a diminuir (sendo certo que ainda irão surgir novos casos e, provavelmente e infelizmente, mais vítimas mortais), talvez já seja possível fazer uma análise do que se passou, das causas, da resposta ao surto, criticando e apontando as falhas e elogiando aquilo que foi positivo.

Se há algo que ficou claro neste acontecimento, no meu ponto de vista, são as falhas que ainda existem na prevenção e fiscalização a possíveis situações que possam pôr em causa a saúde ambiental e, em última instância, a saúde pública. Não conheço a legislação em vigor e não vou afirmar se deve ser o Estado ou as entidades privadas (parecendo-me lógico que sejam os dois) os responsáveis por esta fiscalização e controlo. O que me preocupa enquanto cidadão, é que empresas com uma dimensão considerável, possam estar a laborar normalmente, não cumprindo todos os requisitos de higiene e segurança, pondo em causa a saúde ambiental e pública, sem que sejam fiscalizadas e, se for caso disso, impedidas de funcionar. Não sei se a legislação é boa ou má, se há ou não pessoal suficiente para efectuar este tipo de trabalho, mas pelo que vou lendo e ouvindo na comunicação social, é para mim claro que ainda muito há a fazer nesta matéria.

No que à resposta ao surto diz respeito, parece-me que a mesma tem sido, globalmente, positiva e penso ser esta a ideia que a maioria da população tem, nomeadamente, aquela que foi afectada pelo surto. Tenho gente conhecida na zona de Vila de Franca de Xira e o que transmitem, apesar do normal receio, é que sentem confiança nas autoridades, no seu trabalho e nas informações que vão sendo transmitidas por estas. A sensação que tenho é que a resposta foi rápida e eficaz. Com celeridade foram criadas condições nas unidades hospitalares para o adequado tratamento aos infectados e foram constituídas equipas para a identificação da origem do surto. Além do mais, a informação que foi transmitida à população acerca dos sintomas, do modo de transmissão e dos cuidados a ter, revelaram uma enorme eficácia na comunicação. Neste ponto em particular, é de elogiar o trabalho da Direcção-Geral da Saúde (DGS) e, principalmente, do seu responsável máximo, o Dr. Francisco George, que, de uma forma eficaz, com uma linguagem simples e de fácil descodificação pelo cidadão comum, tem sabido dar todas as informações necessárias à população, evitando sempre a especulação e a precipitação que, normalmente, nestas situações, acabam por originar situações de pânico e alarme, totalmente, injustificados. Também merecedor de elogio, tem sido o trabalho efectuado pela comunicação social na cobertura deste surto. Na sua generalidade e de uma forma ponderada como a situação exige, tem sabido informar a população com seriedade, evitando alarmismos desnecessários e seguindo as indicações que a DGS e as demais autoridades com competência nesta matéria têm fornecido.

Atravessamos ainda aquele que é o terceiro maior surto de legionella de sempre em todo o mundo (havendo a possibilidade de se tornar mesmo o maior de sempre). Penso que o estamos a fazer com tranquilidade e tem ficado demonstrado que podemos confiar nas nossas autoridades, pelo menos, no que ao tratamento e à resposta a um surto deste tipo diz respeito. Assim sendo, que se retirem as ilações necessárias deste surto. Corrija-se o que está errado a montante, melhore-se o que deve e pode ser melhorado e mantenha-se com a eficácia necessária o que funcionou correctamente. Parece-me a mim, que a resiliência no que à protecção civil e à saúde pública dizem respeito, passa muito por isto.

GOBS em missão nos Picos da Europa

O Grupo Operacional de Busca e Salvamento (GOBS), está nas Astúrias, nos Picos da Europa, em apoio a Guardia Civil, na busca do português desaparecido naquela zona montanhosa.

Para quem quiser conhecer melhor o GOBS, a sua missão e actividades, aqui ficam os links para o site desta associação e a sua página no Facebook.

http://gobspv.wix.com/gobs#!

https://www.facebook.com/assgobs/info

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Agravamento do estado do tempo

Na sequência das previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) emitiu um Aviso à População para as próximas 48 horas, mencionando a previsão de chuva e ventos fortes, além de agitação marítima.

Em baixo, ficam os links para o Aviso à População por parte da ANPC e para a previsão do estado do tempo por parte do IPMA e respectivos avisos emitidos.

http://www.proteccaocivil.pt/Lists/Noticias/Attachments/974/Aviso%20%C3%A0%20popula%C3%A7%C3%A3o_%20precipita%C3%A7%C3%A3o,%20vento%20forte%20e%20agita%C3%A7%C3%A3o%20mar%C3%ADtima.pdf

http://www.ipma.pt/pt/

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Legionella - Informações úteis

Na sequência do invulgar surto de legionella (ou doença dos legionários), aqui fica um esclarecedor folheto com informação e recomendações úteis.


De igual modo, aqui fica também um link do jornal Expresso, com perguntas e respostas acerca da doença que podem ajudar a esclarecer algumas dúvidas que ainda subsistam.

http://expresso.sapo.pt/a-legionella-transmite-se-pela-agua-da-torneira-temos-resposta-para-esta-e-mais-11-perguntas=f897447

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Existe solução ou não?

Na sequência das recentes inundações em Lisboa e das posteriores declarações do presidente da Câmara de Lisboa em que dizia não haver solução para este problema que afecta a nossa capital, nomeadamente, quando uma grande quantidade de chuva cai num curto espaço de tempo, coincidindo a mesma com a maré cheia no rio Tejo, aqui fica o registo deste interessante artigo de opinião publicado no jornal Sol do meteorologista Manuel Costa Alves. Afinal parece que se pode fazer algo...

http://www.sol.pt/Mobile/Noticia/117998

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Agravamento do estado do tempo

Em sequência das previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) que apontam para um agravamento do estado do tempo a partir de hoje, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) decidiu emitir um aviso à população. A ANPC decidiu também alterar o nível de alerta das organizações que integram o Sistema Integrado Operações de Socorro (SIOPS), para Alerta Especial de Nível Azul, para os distritos de Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Porto, Viseu, Coimbra e Aveiro, na sequência do Aviso Laranja emitido para estes mesmos distritos por parte do IPMA.

Em baixo ficam os links para o aviso à população emitido pela ANPC e para a activação do Alerta Especial para as organizações que integram o SIOPS. Além destes, fica também mencionado o link que direcciona para a previsão do estado do tempo por parte do IPMA, onde além da emissão de Aviso Laranja para os distritos acima mencionados, há também a destacar a emissão de Aviso Amarelo para os restantes distritos do continente.

http://www.proteccaocivil.pt/Lists/Noticias/Attachments/972/AVISO%20%C3%80%20POPULA%C3%87%C3%83O.pdf

http://www.proteccaocivil.pt/cnos/Documents/Mapa_de_alertas.pdf

http://www.ipma.pt/pt/

Porque vai voltar a acontecer



Assinalou-se no último Sábado mais um aniversário do violento terramoto que, em 1755, destruiu Lisboa e atingiu fortemente a costa litoral portuguesa, nomeadamente, a zona de Setúbal e do Algarve, ceifando dezenas de milhares de vidas. O sismo teve ainda um forte e trágico impacto no norte de África, no sul de Espanha e foi sentido em quase toda a Europa. Esta tragédia é hoje vista como o ponto zero no que ao estudo sísmico diz respeito, sendo o inquérito enviado por Marquês Pombal para todas as paróquias de Lisboa (para aferir dos efeitos sentidos antes, durante e após o sismo) o primeiro estudo de cariz científico sobre esta matéria.

Há poucos dias acabei de ler o livro "Como Sobreviver a Um Terramoto em Portugal" de João Pedro George. Na primeira parte do livro, o autor debruça-se sobre os diversos estudos acerca dos possíveis impactos de um sismo de intensidade semelhante ao de 1755 com origem na mesma falha sísmica que o originou, o Banco de Gorringe, ou em outras que afectam o nosso país, nas quais se destacam as falhas da Ribeira de Coina e a do Vale do Tejo, perto de Benavente. Além do impacto do terramoto, o autor analisa também o impacto de um possível tsunami na região de Lisboa, margem sul, Setúbal e Algarve e denuncia a irresponsabilidade de seguradoras e políticos no que às questões da prevenção, fiscalização e reabilitação de edifícios dizem respeito. Na segunda parte do livro, o autor alerta para os cuidados que devemos ter em atenção antes de um sismo, na sua preparação; em dicas de sobrevivência durante o terramoto, dentro e fora de casa; e, por último, o que devemos fazer após a ocorrência de um sismo. O autor informa-nos também dos sinais da possível ocorrência de um tsunami e dicas de sobrevivência ao mesmo.

Ninguém sabe quando, mas a comunidade cientifica tem uma certeza: um sismo de intensidade e magnitude semelhante ao de 1755 vai voltar a acontecer. Por isso mesmo, publicações como a que mencionei atrás e iniciativas como a do exercício "A Terra Treme" que ocorreu no passado dia 13 de Outubro, são por demais importantes e pertinentes para que a população obtenha a informação necessária para uma ocorrência que, inevitavelmente, voltará a acontecer.