Assinalou-se no último Sábado mais um aniversário do violento terramoto que, em 1755, destruiu Lisboa e atingiu fortemente a costa litoral portuguesa, nomeadamente, a zona de Setúbal e do Algarve, ceifando dezenas de milhares de vidas. O sismo teve ainda um forte e trágico impacto no norte de África, no sul de Espanha e foi sentido em quase toda a Europa. Esta tragédia é hoje vista como o ponto zero no que ao estudo sísmico diz respeito, sendo o inquérito enviado por Marquês Pombal para todas as paróquias de Lisboa (para aferir dos efeitos sentidos antes, durante e após o sismo) o primeiro estudo de cariz científico sobre esta matéria.
Há poucos dias acabei de ler o livro "Como Sobreviver a Um Terramoto em Portugal" de João Pedro George. Na primeira parte do livro, o autor debruça-se sobre os diversos estudos acerca dos possíveis impactos de um sismo de intensidade semelhante ao de 1755 com origem na mesma falha sísmica que o originou, o Banco de Gorringe, ou em outras que afectam o nosso país, nas quais se destacam as falhas da Ribeira de Coina e a do Vale do Tejo, perto de Benavente. Além do impacto do terramoto, o autor analisa também o impacto de um possível tsunami na região de Lisboa, margem sul, Setúbal e Algarve e denuncia a irresponsabilidade de seguradoras e políticos no que às questões da prevenção, fiscalização e reabilitação de edifícios dizem respeito. Na segunda parte do livro, o autor alerta para os cuidados que devemos ter em atenção antes de um sismo, na sua preparação; em dicas de sobrevivência durante o terramoto, dentro e fora de casa; e, por último, o que devemos fazer após a ocorrência de um sismo. O autor informa-nos também dos sinais da possível ocorrência de um tsunami e dicas de sobrevivência ao mesmo.
Ninguém sabe quando, mas a comunidade cientifica tem uma certeza: um sismo de intensidade e magnitude semelhante ao de 1755 vai voltar a acontecer. Por isso mesmo, publicações como a que mencionei atrás e iniciativas como a do exercício "A Terra Treme" que ocorreu no passado dia 13 de Outubro, são por demais importantes e pertinentes para que a população obtenha a informação necessária para uma ocorrência que, inevitavelmente, voltará a acontecer.
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