Nota Editorial

Este blog não se apresenta ligado a qualquer organização ou instituição relacionada, directa ou indirectamente, com a Protecção Civil e ao socorro. Não existe aqui qualquer intenção ou presunção de substituir os espaços oficiais das organizações que tutelam esta área ou de outras que com ela estejam relacionadas ou ligadas, quer do ponto de vista informativo, quer do ponto de vista técnico.
É um blog criado por um cidadão com interesse na área da Protecção Civil e que pretende, com o que neste espaço é publicado, dar a conhecer e, se possível, envolver outros cidadãos nas questões ligadas com as matérias da prevenção, mitigação, resposta e recuperação dos diversos tipos de emergências ou catástrofes.
Comunicar possíveis riscos e acções de resiliência é o principal objectivo deste espaço, sempre do ponto de vista de uma cidadania que se quer atenta e participativa.
A frase "todos somos Protecção Civil" é o lema deste espaço.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Porque vai voltar a acontecer



Assinalou-se no último Sábado mais um aniversário do violento terramoto que, em 1755, destruiu Lisboa e atingiu fortemente a costa litoral portuguesa, nomeadamente, a zona de Setúbal e do Algarve, ceifando dezenas de milhares de vidas. O sismo teve ainda um forte e trágico impacto no norte de África, no sul de Espanha e foi sentido em quase toda a Europa. Esta tragédia é hoje vista como o ponto zero no que ao estudo sísmico diz respeito, sendo o inquérito enviado por Marquês Pombal para todas as paróquias de Lisboa (para aferir dos efeitos sentidos antes, durante e após o sismo) o primeiro estudo de cariz científico sobre esta matéria.

Há poucos dias acabei de ler o livro "Como Sobreviver a Um Terramoto em Portugal" de João Pedro George. Na primeira parte do livro, o autor debruça-se sobre os diversos estudos acerca dos possíveis impactos de um sismo de intensidade semelhante ao de 1755 com origem na mesma falha sísmica que o originou, o Banco de Gorringe, ou em outras que afectam o nosso país, nas quais se destacam as falhas da Ribeira de Coina e a do Vale do Tejo, perto de Benavente. Além do impacto do terramoto, o autor analisa também o impacto de um possível tsunami na região de Lisboa, margem sul, Setúbal e Algarve e denuncia a irresponsabilidade de seguradoras e políticos no que às questões da prevenção, fiscalização e reabilitação de edifícios dizem respeito. Na segunda parte do livro, o autor alerta para os cuidados que devemos ter em atenção antes de um sismo, na sua preparação; em dicas de sobrevivência durante o terramoto, dentro e fora de casa; e, por último, o que devemos fazer após a ocorrência de um sismo. O autor informa-nos também dos sinais da possível ocorrência de um tsunami e dicas de sobrevivência ao mesmo.

Ninguém sabe quando, mas a comunidade cientifica tem uma certeza: um sismo de intensidade e magnitude semelhante ao de 1755 vai voltar a acontecer. Por isso mesmo, publicações como a que mencionei atrás e iniciativas como a do exercício "A Terra Treme" que ocorreu no passado dia 13 de Outubro, são por demais importantes e pertinentes para que a população obtenha a informação necessária para uma ocorrência que, inevitavelmente, voltará a acontecer.



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